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sexta-feira, 8 de março de 2013

Vai dirigir? Beba cerveja SEM ÁLCOOL


Quem não quer ser pego na Lei Seca encontra nessas cervejas uma alternativa para não dirigir de forma segura, sem deixar de lado o sabor

De 2008 pra cá, quando surgiu a Lei Seca, muitos motoristas passaram a temer as baladas de fim de semana. Afinal, a diversão ficou comprometida: beber e pegar o volante pode dar muito mais dor de cabeça do que uma simples ressaca. Dependendo do que o bafômetro “dedurar”, o motorista leva pra casa multa, suspensão da CNH, apreensão do veículo e até cadeia.

Uma alternativa encontrada por muita gente foi então apelar para as cervejas sem álcool. Com elas, o sabor é praticamente o mesmo e o motorista, consciente, não se sente tão fora dos padrões sociais por estar em uma mesa com os amigos beberrões – e ainda não estraga a paquera ao ser flagrado com um copo de suco na mão no meio do bar. Tanta cautela não é à toa: de acordo com dados do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, não há limite seguro para dirigir após beber, porque a metabolização do álcool depende de fatores como sexo, peso, alimentos ingeridos e, claro, quantidade de bebida consumida. Além disso, caso o motorista apresente 0,2 mg de álcool por litro de sangue, já está na berlinda.

Sinal Amarelo nas cervejas

Pouca gente sabe, mas a legislação nacional deu um jeitinho até nas cervejas. Isso porque segundo o decreto nº 6.871, de 4 de junho de 2009, que regulamenta a lei nº 8.918 de 14 de julho de 1994, as cervejas com graduação alcoólica de até 0,5% de álcool por volume podem ser batizadas de “sem álcool” e não necessariamente são obrigadas a informar isso no rótulo, o que demanda maior atenção e cuidado por parte dos motoristas.

Mestre-cervejeiro do Grupo Petrópolis, farmacêutico e bioquímico, Alvaro Dertinate Nogueira, de Boituva (SP), conta que o mercado de cervejas não alcoólicas tem representatividade em todo o mundo, inclusive nos países islâmicos, onde o álcool é proibido. “O consumo desse tipo de cerveja é uma opção ou uma necessidade. Em almoços de negócios, por exemplo, tomo a Itaipava 0,0% por opção. Quando vou participar de alguma recepção e não tem ninguém pra me levar de volta pra casa em segurança, também fico na cerveja sem álcool”, destaca.

Receita especial para aquecer só os motores

Tem muita gente que torce o nariz só de ouvir falar em cerveja sem álcool, afinal, cadê a graça? Feita de água, malte, lúpulo e levedura, a cerveja nasceu pra ter álcool, já que durante o processo de fermentação, algo “mágico” acontece: as leveduras passam a consumir o açúcar do malte e, como resultado, produzem álcool e gás carbônico, que deixa a cerveja refrescante e com as conhecidas bolhinhas.

O químico e mestre-cervejeiro Alfredo Luiz Barcelos Ferreira e a beer sommelière Kathia Zanatta, professores do Instituto da Cerveja, da capital paulista, contam que para fazer uma cerveja sem álcool é preciso interromper o processo fermentativo, evaporar o álcool por destilação à vácuo ou filtrar a cerveja com uma membrana muito fina e especial. “Apenas esses dois últimos métodos rendem cervejas totalmente zeradas de álcool”, destacam.

Eles orientam ainda que a cerveja feita com fermentação interrompida costuma trazer mais diferenças no paladar: “elas têm, geralmente, um caráter mais adocicado, muitas vezes com notas acentuadas de lúpulo e amargor mais intenso que as versões convencionais”, assim, por serem mais doces, costumam “encher” mais, tendo um consumo inferior ao das alcoolizadas. Alvaro destaca que, dependendo da técnica usada na fabricação, as características sensoriais da bebida são exatamente iguais aos da “convencional” e “gera inclusive certa confusão nos consumidores que tomam a cerveja ‘estupidamente gelada’, condição que mascara as percepções sensórias”.

Teoricamente qualquer estilo de cerveja pode ser feita sem álcool se o cervejeiro aplicar as técnicas acima mencionadas. Ainda assim, as mais facilmente encontradas são as de trigo e as Pilsen (alemã ou lager americana, como as que temos no mercado).

Freada brusca

Segundo o médico gastrologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC, Rene Crepaldi Filho, da capital paulista, apesar de ser considerada sem álcool, as cervejas a 0,5% podem apresentar riscos: “se o motorista resolver tomar dez garrafas desta cerveja, com certeza poderá ser pego pelo bafômetro”, alerta.

Além disso, o médico pontua que esse tipo de cerveja apresenta menos calorias, mas tem um índice glicêmico muito alto, podendo ser perigoso para quem sofre de diabetes. “O grande perigo está no abuso. Quem sofre de cirrose, de diabetes ou alcoolismo pode encontrar problemas nesse tipo de cerveja. Quem exagerar no consumo também não vai ficar isento de riscos na Lei Seca.”

Alvaro concorda parcialmente: “a ingestão de cerveja sem álcool feita pela técnica de fermentação interrompida não é segura para quem vai dirigir. Todavia, temos que considerar o tempo necessário para ‘adicionar’ esse álcool à corrente sanguínea e a sua consequente transferência ao cérebro. Considere uma garrafa de 600 ml de cerveja e imagine o tempo que uma pessoa normal, saudável e com 75 kg demora para ingerir o volume de dez garrafas com essa quantidade de bebida. Levando em conta ainda o metabolismo do corpo humano, haverá uma degradação constante do álcool ingerido, bem como daquele que já está no sangue, por meio do fígado e dos rins, além da sudorese, que é aumentada nesses casos”.

Texto de Juliana Crem, enviado pelo amigo Aguinaldo Vieira Maciel via facebook


Um comentário:

AvidaBloga disse...

Excelente postagem. É muito importante concientizar as pessoas. Muitas pessoas morrem diariamente por tal motivo. Aproveitando peço a todos que assine uma petição chamada (naofoiacidente) infelizmente nossa lei é ainda fraca para quem bebe, dirigi, e mata. Na nossa cidade tem casos horrorosos, não esqueço daquele francês que acabou com a vida da menina e de sua familia e está livre leve e solto.

By...Kratos

Pelo Mundo

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