Na entrevista que deu para a revista Esquire em 30 de junho, Keith Richards diz saber que é provavelmente mais conhecido pela imagem do que pela música e se acostumou com isso. “É como uma bola de ferro que você carrega e é um cara que talvez você tenha sido 25 anos atrás”, declarou o guitarrista.
Tanto isso é verdade que a entrevista em questão, feita para promover seu terceiro álbum solo, “Crosseyed”, tem como manchete seu comentário sobre “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, álbum lançado pelos Beatles em 1967. Na verdade o trecho mais polêmico dele.
O repórter comenta que pensando nos álbuns que os Rolling Stones e os Beatles lançaram na década de 60, reparou que nos últimos 20 anos ouviu com mais frequência os trabalhos da banda de Richards do que o quarteto de Liverpool, ao que Richards respondeu:
Não, eu entendo - os Beatles tinham um som ótimo quando eram os Beatles. Mas não há muito das raízes naquela música. Eu acho que eles se empolgaram. Por que não? Se você é os Beatles nos anos 60, você apenas se deixa levar - você esquece o que queria fazer. Você está começando a fazer “Sgt. Pepper’s”. Algumas pessoas pensam que é um álbum de gênio, mas eu acho que é uma mistura de lixo, tipo “Satanic Majeties” [“Their Satanic Majesties Request”, álbum lançado pelos Stones poucos meses depois] - "ah, se você pode fazer um monte de merda, nós também podemos.
E então na última quinta-feira, 03, o The New York Daily News publicou outra entrevista com o músico, sendo o destaque desta seus comentários sobre o rap, o rock e especificamente as bandas Black Sabbath e Metallica. De acordo com a publicação, Richards acha que o rock “soa como uma pancada sem graça pra mim”, completando que “para a maioria das bandas, fazer uma síncope está além da capacidade delas. É um monte de pancadas, sem balanço, sem variação, sem síncope”.
Na mesma entrevista Richards afirma que “milhões são apaixonados pelo Metallica e Black Sabbath. Eu só achei que eles fossem grandes piadas” e ainda dá sua opinião sobre rap:
Rap - tantas palavras, tão pouco dito. O que o rap fez que foi impressionante foi mostrar que tem muita gente que não tem ouvido musical por aí. Tudo que elas precisam é uma batida e alguém gritando por cima dela e elas ficam felizes. Há um mercado enorme para pessoas que não sabem distinguir uma nota da outra.
Apesar das manchetes e polêmicas - parte do preço pelo sucesso que na entrevista à Esquire Richards afirmou ter valido a pena pagar pelo sonho de ser um músico e estar numa banda (completando ainda que não teria se importado em ser um coadjuvante), o importante é que “Crosseyed” chega ao mercado dia 18 de setembro e três músicas de seu repertório foram liberadas no Spotify além do primeiro single “Trouble”: “Amnesia”, “Substantial Damage” e “Robbed Blind”.
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Fonte: Territoriodamusica.com
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